quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Jornal Online e as transformações do jornalismo pós Twitter




Há aproximadamente 15 anos atrás, os jornais começarem a explorar o universo virtual devido a grande massa que passou a buscar informações nesse meio. Então, para não ficar de fora, os jornais começam a publicar o seu conteúdo nesses ambientes, porém, não passavam de meras cópias do que havia sido publicado no suporte impresso. Não demorou muito para perceberem que o público que utiliza dos serviços web estavam atrás de outro tipo de informação: aquela em tempo real. Se o leitor quisesse ler a notícia que saiu no jornal impresso, ele iria atrás do impresso obveamente. Na internet ele esta buscando a notícia de ultima hora/minuto/segundo.

Um outro fato, devido a evolução tecnológica, é que as pessoas possuem celulares com câmeras , facilitando assim registrar de maneira simples e espontâneas qualquer coisa, podendo ainda do próprio celular enviar a foto mais algum comentário e publicar em seu twitter em questão de segundos. O que se nos leva a pensar para qual rumo o jornalismo está indo. Será que é o fim do jornalismo? Muito pelo contrário... Assim como afirma Maurío Horta em uma crônica da Superinteressante de agosto passado, não é o fim e sim apenas o começo de um novo e muito melhor.

O grande problema do twitter é a confiabilidade de suas informações. A pessoa que posta algo não está preocupada em checar as fontes de onde ela extraiu a notícia, e sim a rapidez para postar. O jornalismo tradicional não, primeiro espera-se que uma fonte confiável surja, para que depois seja publicada e divulgada a notícia.

Ainda da crônica do Maurício Horta, ele utiliza uma citação de Clay Shirky (grande consultor econômico) que diz que o twitter é o exemplo de como será o futuro do jornalismo, terá lugar apenas para duas coisas: informações ultrarrápidas e aquelas cozidas no fogo lento da análise. Cabe então as pessoas pensarem muito bem antes de tomarem essas notícias “ultrarrápidas” como verdade absoluta. É fundamental o twitter seja utilizado para caminhar junto com o jornalismo. Tanto que um bom exemplo disso, foi na eleição iraniana em que a impressa estava vetada de entrar no país, e a única forma de conseguir informações foi através de usuários do twitter que conseguiam se comunicar utilizando a ferramenta.

O jornalismo na atualidade deixou de ser construído e elaborado apenas pelas pessoas do meio, claro que não é só o jornalismo, mas como estou falando dele, estou usando-o como exemplo, mas todas as áreas devem funcionar com as opiniões de quem utiliza do serviço . Assim como afirma Alves (2006, p. 101) “O jornalismo deixou de ser privilégio dos jornalistas e os próprios meios de comunicação que entenderam isso estão convidando constantemente os seus leitores, telespectadores e ouvintes a enviar suas contribuições”. E isto, deve-se principalmente a web 2.0, quando as pessoas passaram a se dar conta de que elas mesmas podem fazer, divulgar e ainda serem ouvidas!

Referências:

ALVES, Rosental Calmon. Jornalismo digital: dez anos de web... e a revolução continua, Comunicação e Sociedade, São Paulo, v. 9-10, 2006, p. 93-102.

HORTA, Maurício. O repórter é você. Superinteressante, São Paulo, n. 268, ago. 2009

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