sexta-feira, 30 de outubro de 2009

O Arquiteto da Informação mediando a passagem do jornalismo tradicional para o ambiente online




Com essa passagem do jornal para o meio virtual e a explosão de informacional na internet, é necessário a interferência de um profissional que consiga organizar da melhor forma possível essas informações para que não se perca nada no meio desse montante: o arquiteto da informação, função a qual o bibliotecário tem todas as condições sendo talvez o melhor profissional para exercer o cargo.


Um site, principalmente se ele for um jornal online, atualizado a todo o momento, necessita ser muito bem organizado e que utilize uma boa ferramenta de busca para que o usuário/leitor consiga recuperar o que procura. Assim como afirma Espantoso (2000, p. 137) "[ . . .] a Arquitetura da Informação é a organização consiente de grandes volumes de informação, de forma que os usuários possam usufruir de uma fácil navegação em seus sítios.”


Abaixo estão listados os dez princípios da navegação propostos por Fleming (1998, p. 13):


  1. Facilidade de aprendizagem: o conteúdo pode ser maravilhosamente misterioso, m,as o acesso a ele não, os usuários não devem perder muito tempo aprendendo a utilizar um dispositivo de navegação complexo;
  2. Deve ser consciente: apresentar ao usuário alternativas que levem ao mesmo conteúdo de uma forma segura;
  3. Deve prover uma retroalimentação – esta é essencial aos usuários, pois informa sucesso ou deficiência na navegação e ainda permite aos projetistas um acompanhamento da utilização dos sítios;
  4. Presente em diferentes formas de acordo com o contexto: sempre disponíveis quando requisitadas;
  5. Deve oferecer alternativas: os usuários são diferentes, seja pelos recursos que utilizam seja por suas preferências;
  6. Busca a economia nas ações e no tempo de utilização: deve procurar facilitar o acesso provendo rapidamente as necessidades de informação do usuário;
  7. Deve apresentar mensagens claras ao tempo certo;
  8. Oferece rótulos consistentes: os rótulos não devem ser confusos ou ambíguos;
  9. Deve estar em sintonia com os próprio sítio;
  10. Deve aprender com o comportamento do usuário.

    Esse 10° princípio retrata bem o que eu já havia falado no outro post, aprender com o comportamento e principalmente ouvir quem está utilizando o serviço. Um site, um jornal e até uma biblioteca para conseguir atingir o seu público, deve estar inserido nesse mundo digital, que é o meio em que as pessoas vem utilizando cada vez mais, seja de seu computador em casa, mini notebooks, celulares, etc. Estar online não é mais um diferencial e sim o essencial, é o mínimo para que haja um melhor atendimento e um maior alcance de pessoas. Seja utilizando as ferramentas da WEB 2.0, seja com sites bem elaborados, com buscadores simples, porém eficientes. A área da Arquitetura da Informação está em constante expansão, o profissional bibliotecário que pretende ficar no mercado de trabalho, deve dominar mais esta área, caso não queira ficar de fora.


Referência:


ESPANTOSO, José Juan Péon. O arquiteto da informação e o bibliotecário do futuro. Revista de Biblioteconomia de Brasília, Brasília, DF, v. 23/24, n. 2, p. 135-146, 1999/2000.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Jornal Online e as transformações do jornalismo pós Twitter




Há aproximadamente 15 anos atrás, os jornais começarem a explorar o universo virtual devido a grande massa que passou a buscar informações nesse meio. Então, para não ficar de fora, os jornais começam a publicar o seu conteúdo nesses ambientes, porém, não passavam de meras cópias do que havia sido publicado no suporte impresso. Não demorou muito para perceberem que o público que utiliza dos serviços web estavam atrás de outro tipo de informação: aquela em tempo real. Se o leitor quisesse ler a notícia que saiu no jornal impresso, ele iria atrás do impresso obveamente. Na internet ele esta buscando a notícia de ultima hora/minuto/segundo.

Um outro fato, devido a evolução tecnológica, é que as pessoas possuem celulares com câmeras , facilitando assim registrar de maneira simples e espontâneas qualquer coisa, podendo ainda do próprio celular enviar a foto mais algum comentário e publicar em seu twitter em questão de segundos. O que se nos leva a pensar para qual rumo o jornalismo está indo. Será que é o fim do jornalismo? Muito pelo contrário... Assim como afirma Maurío Horta em uma crônica da Superinteressante de agosto passado, não é o fim e sim apenas o começo de um novo e muito melhor.

O grande problema do twitter é a confiabilidade de suas informações. A pessoa que posta algo não está preocupada em checar as fontes de onde ela extraiu a notícia, e sim a rapidez para postar. O jornalismo tradicional não, primeiro espera-se que uma fonte confiável surja, para que depois seja publicada e divulgada a notícia.

Ainda da crônica do Maurício Horta, ele utiliza uma citação de Clay Shirky (grande consultor econômico) que diz que o twitter é o exemplo de como será o futuro do jornalismo, terá lugar apenas para duas coisas: informações ultrarrápidas e aquelas cozidas no fogo lento da análise. Cabe então as pessoas pensarem muito bem antes de tomarem essas notícias “ultrarrápidas” como verdade absoluta. É fundamental o twitter seja utilizado para caminhar junto com o jornalismo. Tanto que um bom exemplo disso, foi na eleição iraniana em que a impressa estava vetada de entrar no país, e a única forma de conseguir informações foi através de usuários do twitter que conseguiam se comunicar utilizando a ferramenta.

O jornalismo na atualidade deixou de ser construído e elaborado apenas pelas pessoas do meio, claro que não é só o jornalismo, mas como estou falando dele, estou usando-o como exemplo, mas todas as áreas devem funcionar com as opiniões de quem utiliza do serviço . Assim como afirma Alves (2006, p. 101) “O jornalismo deixou de ser privilégio dos jornalistas e os próprios meios de comunicação que entenderam isso estão convidando constantemente os seus leitores, telespectadores e ouvintes a enviar suas contribuições”. E isto, deve-se principalmente a web 2.0, quando as pessoas passaram a se dar conta de que elas mesmas podem fazer, divulgar e ainda serem ouvidas!

Referências:

ALVES, Rosental Calmon. Jornalismo digital: dez anos de web... e a revolução continua, Comunicação e Sociedade, São Paulo, v. 9-10, 2006, p. 93-102.

HORTA, Maurício. O repórter é você. Superinteressante, São Paulo, n. 268, ago. 2009

domingo, 18 de outubro de 2009

Vídeos como auxílio na divulgação e disseminação da informação





Com o passar do tempo, disponibilizar vídeos na internet tem sido uma tarafa cada vez mais fácil. Com apenas alguns clicks e poucos minutos, milhões de pessoas conseguem ter acesso, ao que você acabou de postar. Atualmente, aparelhos baratos como webcams e celulares fazem vídeos em poucos segundos (de qualidade bem inferior), mas o ponto principal que é o de passar uma mensagem e comunicar-se com o outro é atendido.
A facilidade de postar vídeos na web, veio com os bancos de vídeo, que são sites de fácil utilização como os blogs mas, para outras finalidades, porém, a facilidade é praticamente a mesma. Para somente assistir aos vídeos publicados, geralmente não é necessário ser cadastrado, a não ser que a pessoa que o publicou determine que apenas um grupo selecionado de pessoas possa assistir.
Quem ganhou e perdeu ao mesmo tempo (dependerá do ponto de vista de cada um) foram os músicos. Aqueles que ainda não possuem um contrato com uma gravadora grande, podem gravar um vídeo com uma câmera simples (webcam, por exemplo) e postar nesses sites e divulgar sua música na rede. Um dos fenômenos nacionais que fez grande sucesso dessa forma foi a cantora Mallu Magalhães, hoje 17 anos, mas quando se lançou na rede tinha apenas 15, ficou conhecida com seus vídeos caseiros, cantando músicas próprias e fazendo referências ao rock clássico. Por outro lado, a grande Indústria Fonográfica, tem reclamado bastante desses suportes virtuais, alegando infração aos “direitos autorais”. Porém, vários artistas de grandes gravadoras já se redenram a criar canais oficiais divulgando seus vídeos no YouTube, como por exemplo a cantora americana Beyoncé. Talvez, alguns artístas e suas gravadoras começaram a se dar conta que não há mais como fugir disso, se eles não publicarem pelo canal oficial, outras pessoas acabarão publicando de qualquer forma...


Mallu Magalhães, sensação do YouTube
em 2008



Beyoncé, icone americano



Os vídeos no contexto educacional


Para que as aulas não fiquem tão cansativas, os professores podem utilizar da ferramenta audiovisual. Assim como afirma Moran (1995):

"A linguagem audiovisual desenvolve múltiplas atitudes perceptivas: solicita constantemente a imaginação e reinveste a afetividade com um papel de mediação primordial ao mundo, enquanto que a linguagem escrita desenvolve mais um rigor, a organização, a abstração e a análise lógico"

O vídeo consegue despertar maior atenção, pois não há só a liguagem oral, existem vários elementos de som e imagem que podem nos levar a qualquer lugar, seja no tempo atual ou voltar alguns séculos. Porém, o vídeo deve ser utilizado com certa cautela: não utiliza-lo em um momento para para "tapar" buraco, como por exemplo, na falta de professor ou para matar um tempo pois o conteudo acabou e não se pode liberar os alunos. Pois, os alunos acabam associando ao vídeo , apenas estas coisas, fazendo com que se perca sua credibilidade. Quando for utilizado este recurso, deve ser feito feito todo um roteiro, anotando as partes principais e ao final, discutir com os alunos o que eles acharam e a quais conclusões se pode chegar.





Referência:


MORAN, José Manuel. O vídeo na sala de aula. Comunicação & Educação, São Paulo, v. 1, n. 2, p. 27-35, jan./abr. 1995. Disponível em: http://www.eca.usp.br/prof/moran/vidsal.htm . Acesso em: 16 out. 2009



segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Conhecendo um pouco mais sobre o Flickr


Esta semana, o tema para ser desenvolvido é referente aos bancos de imagens na internet. Escolhi tratar sobre um banco de imagens gratuito, que justamente por ser gratuito, tem sido aderido por muitas pessoas!

Fiz então uma breve descrição do site, com algumas ferramentas disponibilizadas por ele:


Flickr (Yahoo!)


Desde 2004, o Flickr é um site em que qualquer pessoa pode hospedar imagens ou vídeos de forma gratuita (com o limite de 100 MB/fotos e 2 videos por mês) ou ser assinante e ter armazenamento ilimitado.


Opções disponíveis:


- Cinco maneiras de se fazer upload de fotos e vídeos: Programa Flickr Uploadr; via iPhoto, Aperture ou Plug-ins do Windows; via página da web do próprio site; via email; via programas gratuitos de outros servidores.

- Opção de editar as fotos diretamente pelo site, sem precisar instalar nenhum programa

- Possibilidade de organizar as fotos ou vídeos em álbuns separados por temas específicos e ainda, agrupar esses álbuns em coleções, por temas maiores (separar por ano, viagens, etc)

- Possibilidade de se reunir com várias pessoas através de grupos públicos, públicos com apenas pessoas convidadas ou particulares.

- Inserir diretamente em um mapa o local onde a sua foto foi tirada

- Fazer amigos ou manter contatos com amigos, familiares e conhecidos.


Outra ferramenta muito interessante utilizada são as “tags” em que as próprias pessoas que utilizam o site acrescentam nas imagens. Isto facilita bastante na recuperação das fotos, quanto mais termos, mais fácil será de recuperar. O grande problema é que como não a um filtro em relação as definições de tags, as pessoas podem inserir termos que não correspondem necessariamente a imagem, o que pode acabar também atrapalhando (e muito) na recuperação. As teorias sobre folksonomia explicariam melhor (acho que terei que postar algo específico sobre folksonomia por aqui... rsrsrs)


Um outro site com funções parecidas é o Picasa (Google). Vale a pena dar uma conferida também! (é necessário ter uma conta Google para utilizar os serviços)


Links:


Flickr


PicasaWeb


A fotografia documental e o papel do bibliotecário na indexação das imagens


Neste semestre, estou tendo o privilégio de fazer à disciplina de “Introdução as técnicas fotográficas” e há algumas semanas estudamos tipos específicos de fotografias e seu surgimento (fotojornalismo, fotopublicitária, por exemplo) e para este post, resolvi me focar então no fotodocumentalismo. Vou fazer um breve (brevíssimo) histórico sobre o surgimento deste tipo de fotografia.

O fotodocumentalismo inicia-se com grandes expedições ao longo do mundo, registrando grandes monumentos ou paisagens específicas de determinados lugares. Da metade do séc. XIX para o séc. XX o fotodocumentalismo ganha um novo enfoque: alguns fotógrafos começam a dedicar-se a uma certa responsabilidade social, denunciando e assim tentando modificar uma realidade um tanto que “injusta”. Em 1862, John Thomson publica um livro intitulado “Street Life in London” que retrata trabalhadores em péssimas condições de trabalho, e que tornar-se o marco para o fotodocumentalismo de denúncia social.

Um pouco depois, alguns outros fotografos começam a denunciar o trabalho infantil, mostrando crianças operárias ao lado de máquinas enormes.

E assim, o fotodocumentalismo tem seguido até os dias de hoje, reproduzindo as desigualdades de vários lugares do mundo, a fome, os monumentos da antiguidade até as grandes construções dos dias de hoje.



Slide 52
Trabalhadores na “Rodovia Silenciosa”
Slide 52
John Thomson – London, 1877




Slide 54 Slide 54

Slide 54The Glimpse from de Mill

Lewis Hine


A recuperação de imagens


Com essa quantidade imensa de imagens que são disponibilizadas a cada dia, fica quase impossível recuperarmos todas as imagens sobre determinado assunto. Cabe então ao bibliotecário auxiliar os seus usuários como buscar imagens, no lugar certo, como buscar e se, este bibliotecário trabalhar em um grande banco de fotos, ele deve ter a capacidade de avaliar imagens com um olhar diferenciado:


“[ . . . ] é necessário do profissional da informação além dos conhecimentos técnicos, a sua capacidade cognitiva para avaliar o conteúdo das imagens, buscando compreender que o documento fotográfico tem uma natureza diferenciada, devido a sua linguagem não –textual, e requer uma leitura e interpretação para posterior consulta e recuperação da informação e disseminação junto aos usuários – pesquisadores de diversas áreas do conhecimento”. (SILVA, p. 5)


Esta citação deixa um tanto clara a importância da indexação de imagens e a leitura e interpretação que o profissional da informação deve fazer para que se torne mais fácil a recuperação da imagem. Para isso, acho fundamental os sites que trabalham com “folksonomias”, onde o próprio usuário pode inserir tags ou palavras-chave, para que torne-se mais fácil a recuperação da informação por outras pessoas (mas isto já é um tema para um próximo post!)


Referências:


SILVA, Rosi Cristina da. O profissional da informação como mediador entre o documento e o usuário: a experiência do acervo fotográfico da Fundação Joaquim Nabuco. Disponível em: http://www.aargs.com.br/cna/anais/rosi_silva.pdf. Acesso em: 1 out. 2009.


SOUSA, Jorge Pedro. Uma história crítica do fotojornalismo ocidental. Florianópolis: Letras Contemporâneas, 2000. 255 p.